Junho 2023

11 jul 2023

Classe acionista destaca-se na 1ª metade de 2023

O presente ano tem-se demonstrado bastante favorável para os investidores expostos à classe de ações, tendo esta não só recuperado uma parte substancial das perdas registadas em 2022 como, também, em junho, manteve o padrão positivo verificado.

O presente ano tem-se demonstrado bastante favorável para os investidores que continuaram expostos à classe de ações. Agregadamente, este mercado não só recuperou uma parte substancial das perdas registadas em 2022 como também, em junho, manteve o padrão positivo verificado. Em contraste, na classe de rendimento fixo, no último mês, os índices de governos evidenciaram perdas, penalizados pelos comentários proferidos pelos presidentes da Fed e do BCE, de que a restritividade da política monetária seria para manter por algum tempo. No entanto, o ambiente de maior otimismo vivenciado no período permitiu que a maioria dos segmentos de crédito apresentassem ganhos.

Enquadramento: junho 2023

No domínio económico, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) publicou o relatório de perspetivas, no qual notou que, apesar dos sinais de melhoria registados nos primeiros meses deste ano, as projeções apontavam para um período de crescimento moderado e de persistência da inflação. Em consonância, projetava uma variação do PIB mundial em 2023 de 2,7%, o registo mais baixo desde a crise financeira mundial, com exceção do ano de 2020, no qual ocorreu a pandemia Covid-19. Posteriormente, perspetivava uma ligeira melhoria em 2024, para 2,9%, embora continuando a constituir, em termos históricos, um ritmo relativamente fraco.

Ao nível de indicadores divulgados em junho, à semelhança de maio, os da Área Euro (AE) espelharam fragilidade económica. Com efeito, a maioria dos dados avançados da indústria e dos serviços evidenciou uma deterioração, tais como o clima de negócios da Alemanha, o indicador de atividade da indústria e dos serviços da AE, entre outros. Por seu turno, o mercado de trabalho continua a ser o alicerce da resiliência da atividade, com a taxa de desemprego a ter permanecido em maio no mínimo da série, a 6,5%.

Já nos EUA os dados traduziram um contexto económico mais robusto. De facto, a última publicação do PIB real demonstrou um melhor desempenho no 1ºT do ano que o anteriormente esperado, com uma revisão em alta do crescimento real em cadeia, de 0,3% para 0,5%. Em adição, os dois indicadores de referência da confiança dos consumidores observaram uma melhoria em junho, num enquadramento em que o mercado de trabalho continuou favorável. Porém, as leituras preliminares dos indicadores de atividade dos serviços e da indústria desceram.

Relativamente aos bancos centrais, o Banco Central Europeu (BCE) decretou, na reunião de 15 de junho, o aumento das três taxas diretoras em 25 pontos base. O movimento foi justificado pelas perspetivas de inflação total (as projeções desta instituição apontavam para valores acima do objetivo de 2% até 2025) e pela dinâmica da métrica que exclui energia, alimentação, álcool e tabaco (para a qual foi aferido que as pressões permaneciam fortes) Perante este contexto, a presidente, C. Lagarde, afirmou que ainda havia caminho a percorrer e que considerava bastante provável um novo aumento das taxas diretoras em julho. Esta mensagem foi reforçada no fórum anual de política monetária do BCE que decorreu em Sintra.

Nos EUA, a Reserva Federal americana (Fed) manteve o intervalo das Fed Funds a [5,00%-5,25%]. Adicionalmente, o presidente, J. Powell, considerou que era apropriado manter as taxas inalteradas aguardando a obtenção de mais informação, embora salientando que a maioria dos participantes avaliava como sendo necessário mais 2 aumentos. Esta mensagem foi reiterada no referido fórum do BCE, tendo afirmado que a inflação, que exclui alimentação e energia, encontrava-se estabilizada em níveis elevados, e, desta forma, considerava que a política monetária não esteve restritiva durante tempo suficiente, acrescentando “Não excluiria de todo a possibilidade de decretar novos aumentos em reuniões consecutivas.”.

Mercados Financeiros: junho 2023

Em junho, os mercados acionistas evidenciaram ganhos, suportados pela divulgação de dados económicos a evidenciarem uma robustez da economia norte-americana superior ao esperado Adicionalmente, demonstraram-se também relevantes os indícios de abrandamento da inflação em vários países, visível na moderação de um conjunto de métricas de preços. Em termos geográficos, no bloco desenvolvido, salientaram-se as valorizações dos mercados acionistas dos EUA e do Japão, cujo índice de referência atingiu o valor mais elevado desde 1990. No que respeita ao agregado de emergentes, apesar da maioria dos índices locais ter valorizado, o registo mensal foi mais modesto. Pela positiva salientaram-se os compósitos do Brasil, que subiram para máximos de quatro meses, e os da China.

Na classe de rendimento fixo, os principais índices de dívida pública averbaram perdas, que resultaram num forte aumento das yields em ambas as regiões, sobretudo as dos títulos com menores maturidades. Esta dinâmica adveio do ajuste em alta das perspetivas para a evolução das taxas diretoras, em particular, após os comentários proferidos pelos presidentes da Fed e do BCE, na reunião promovida por esta última instituição em Sintra. Já a maioria nos segmentos de dívida privada averbou desempenhos positivos, possibilitados pelo estreitamento expressivo dos prémios de risco, sendo o negativo de IG em euros uma exceção.

A classe de matérias-primas valorizou, com quase todos os agregados a denotarem ganhos, sendo o de energia o mais acentuado e as queda do de metais preciosos a exceção. Para o comportamento de energia destacou-se a forte subida das cotações do gás natural para entrega nos EUA, num mês em que as valorizações do petróleo e seus derivados também foram substanciais. No segmento de agricultura salientou-se a subida dos preços da soja, para máximos de vários meses, influenciados por condições atmosféricas adversas nos EUA e redução das colheitas estimadas. Relativamente aos metais industriais, destacaram-se pela positiva o zinco e o cobre. Em oposição estiveram as perdas no compósito de metais preciosos, com os preços da prata a atingirem mínimos de três meses, condicionado pelo ambiente de subida de taxa de juro.

Já no mercado cambial, o dólar apresentou um perfil de depreciação generalizada face às moedas mais transacionadas globalmente, as do G10, tendo valorizado apenas contra o iene, enquanto face às dos países emergentes evidenciou um comportamento misto. Por seu lado, o euro registou um perfil misto face às moedas do G10, destacando-se, no entanto, o ganho de quase 6% face ao iene. Face às dos emergentes, patenteou, na sua maioria, uma apreciação.

No mercado monetário da AE, a taxa Euribor subiu nos principais prazos de referência, na maturidade de 3 meses +11p.b. para 3,58%, na de 6 meses +15p.b. para 3,90% e na de 12 meses 20p.b. para 4,13%.

Nota: dados a 30 de junho de 2023, as rendibilidades obtidas constituem performances totais, em moeda local ou de referência.
As rentabilidades divulgadas representam dados passados, não constituindo garantia de rentabilidade futura. Fonte: Caixa Gestão de Ativos; informação publicamente disponível nos websites das seguintes entidades: CBCE, BLS, Eurostat, Fed e OCDE.

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Acesso Caixadirecta

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Classe acionista destaca-se na 1ª metade de 2023

O presente ano tem-se demonstrado bastante favorável para os investidores expostos à classe de ações, tendo esta não só recuperado uma parte substancial das perdas registadas em 2022 como, também, em junho, manteve o padrão positivo verificado.