Com a maior visibilidade de introdução das vacinas contra a COVID-19, a curto prazo, e a diminuição das incertezas associadas às eleições presidenciais americanas após a vitória de J. Biden, em novembro os mercados de capitais globais denotaram um padrão de aumento do apetite pelo risco. Ao nível das principais classes de ativos, as ações averbaram as melhores performances e, especificamente, os mercados de regiões e de setores mais cíclicos e com maior exposição à reabertura das economias assumiram o principal destaque.
Enquadramento: novembro 2020 No domínio económico , a Comissão Europeia divulgou o seu relatório de perspetivas de outono. De acordo com o mesmo, o PIB real da Área Euro deverá contrair 7,8% em 2020, ao que se seguirá um crescimento de 4,2% em 2021 e de 3,0% em 2022. No que respeita ao PIB real dos Estados-membros, vários países deverão permanecer abaixo dos valores de pré-pandemia nos próximos dois anos. Já para os EUA, estima que o produto deverá variar -4,6% em 2020, +3,7% em 2021 e +2,5% em 2022, alcançando, desta forma, o nível de pré-pandemia no início de 2022. Por seu turno, para o Japão aponta para uma contração de 5,5% em 2020 e um crescimento de 2,7% em 2021 e de 0,9% em 2022. Por fim, a China destaca-se pela positiva, ao crescer 2,1% em 2020, 7,3% em 2021 e 5,6% em 2022.
Nos EUA, o Bureau of Economic Analysis manteve a estimativa de 7,4% para o crescimento em cadeia do PIB real do 3º trimestre (T) de 2020, o que compara com a contração de 9,0% no 2ºT. No que respeita ao mercado laboral, de acordo com o Bureau of Labor Statistics, a taxa de desemprego prolongou a trajetória descendente iniciada em abril, ao passar de 7,9% em setembro para 6,9% em outubro. Já a criação de postos de trabalho denotou um abrandamento, ao passar de 672 mil para 638 mil, devido à redução verificada no setor público.
Na Área Euro, o Eurostat reviu ligeiramente em baixa o crescimento do PIB real do 3ºT de 12,7% para 12,6% em cadeia, após uma contração de 11,8% no 2ºT, o que representa em termos homólogos uma queda de 4,4%. Alguns institutos nacionais de estatística também procederam a ajustes ao crescimento em cadeia do 3ºT, designadamente o da Alemanha, de 8,2% para 8,5%, e o de França, de 18,2% para 18,7%. Por seu lado, o emprego denotou alguma recuperação no 3ºT, ao crescer 0,9%, após uma queda de 2,9% no 2ºT.
Ao nível dos bancos centrais , nos EUA, a Reserva Federal americana (Fed), na reunião de 4 e 5 de novembro, não procedeu a alterações na política monetária em vigor, tendo mencionado que o ritmo da retoma económica abrandou. Adicionalmente, considerou que o programa de compra de ativos favoreceu materialmente as condições financeiras e providenciou um apoio substancial à economia. Neste âmbito, comprometeu-se a continuar a monitorizar e a avaliar como as compras de ativos poderiam gerar um melhor apoio ao emprego e à estabilidade de preços, bem como ao funcionamento dos mercados.
Na Área Euro , o BCE divulgou a ata da reunião de política monetária ocorrida a 28 e 29 de outubro, na qual foi enfatizada a necessidade de ajustar os estímulos em vigor. Na análise económica, foi notado que os riscos para o crescimento do 4ºT agudizaram-se, devido aos planos de confinamento mais restritivos implementados em vários Estados-membros, com as perspetivas para o setor dos serviços a tornaram-se mais desfavoráveis, enquanto as da indústria apresentaram-se mais resilientes. No que concerne à evolução de preços, passou a antecipar-se que a inflação total se situe em território negativo durante mais tempo do que o previsto nas projeções de setembro. Perante este enquadramento, existiu um amplo consenso sobre a necessidade de se proceder a uma calibragem dos instrumentos de política monetária em vigor, na reunião de dezembro.
Mercados Financeiros: novembro 2020 A propensão por ativos de maior risco, que se tem observado ao longo dos últimos meses, acentuou-se em novembro, com a classe de ações a apresentar uma valorização expressiva no mês. Para este comportamento contribuíram os anúncios de diversas empresas farmacêuticas sobre o elevado nível de eficácia das vacinas para o COVID-19 e, também, a redução da incerteza em torno do futuro da política americana, com o reconhecimento de J. Biden como vencedor das eleições presidenciais. Em termos geográficos, os maiores ganhos ocorreram nos mercados de países desenvolvidos, em especial nos da Área Euro e do Japão.
Na classe de rendimento fixo , a maioria dos mercados de obrigações de dívida pública patentearam ganhos. Nos EUA, a performance foi influenciada pelos desenvolvimentos em torno das eleições presidenciais, em específico pela perspetiva de manutenção da divisão no Congresso a acentuar a incerteza sobre o novo plano de estímulos. Na Área Euro, o desempenho positivo resultou principalmente da diminuição dos prémios de risco dos emitentes do Sul da Europa. Para este comportamento foi de especial relevância a predisposição do BCE para reforçar a política monetária acomodatícia. No que concerne às obrigações de dívida privada, num ambiente de maior otimismo dos investidores, assistiu-se ao forte estreitamento dos spreads de crédito, o que resultou em ganhos, em especial nos títulos de menor qualidade creditícia.
A classe de matérias-primas evidenciou uma rendibilidade positiva, com desempenhos favoráveis de quase todos os setores. O agregado de metais industriais apresentou a maior valorização, ao serem influenciados pelo aumento da procura, em particular por parte da China. Paralelamente terão sido também positivamente impactados por condicionalismos na oferta associadas à COVID-19 e a condições climatéricas adversas. No compósito de agricultura, a maioria dos bens valorizaram, com destaque para a evolução do preço do café e da soja. No segmento de energia, as cotações do petróleo registaram uma subida significativa, refletindo as expectativas de manutenção do corte na produção dos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo para além do final do ano. Por fim, o segmento de metais preciosos terminou o mês com performances negativas.
No mercado cambial , o euro apresentou uma tendência maioritariamente de depreciação, tanto face às moedas do G10 (as 10 mais transacionadas a nível global) como às dos países emergentes. De entre as do G10, a moeda única apenas apreciou face às moedas que tendem a beneficiar de contextos de maior aversão ao risco, designadamente o dólar e o iene.
Por fim, no mercado monetário da Área Euro, a Euribor a 3 meses desceu 1p.b., para -0,53%, enquanto a de 6 meses registou um incremento de 1p.b., para -0,51% e a de 12 meses permaneceu a -0,49%.
Nota: Dados a 30 de novembro de 2020, as rendibilidades obtidas constituem performances totais em moeda local ou de referência.
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Fonte: Caixa Gestão de Ativos; informação publicamente disponível nos websites das seguintes entidades: Banco Central Europeu, Bureau of Economic Analysis, Bureau of Labor Statistics, Eurostat, Reserva Federal Americana, Comissão Europeia.
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